Defendeu tudo o que havia para defender, ainda foi traiçoeiramente agredido a três minutos do fim, na sequência de um livre a favor do adversário, e nem assim abdicou de um micro-segundo de dedicação ao seu posto...
Continuem a subestimar o futebol Asiático e ainda vão ter uma surpresa...
Alerta máximo em Miyazaki — 宮崎県 —, Sul de Kyushu: o Shinmodake — 新燃岳 —, vulcão situado na fronteira entre as prefeituras de Miyazaki e Kagoshima, está, desde ontem à tarde, em forte actividade e já a causar estragos na região.
Mifune e Nakadai em desempenhos de uma vida. Inspiração de inúmeras outras obras de referência. E o arrepiante original music score de Satō Masaru [佐藤勝], no mesmo panteão de Herrmann, Mancini, Rota, Morricone e Barry.
Outra obra-prima a celebrar este ano o seu 50º aniversário, e a rever. Obrigatoriamente.
Em noite imprópria para cardíacos, um jogo de roer unhas até ao último segundo, com os tigres Coreanos a adiantarem-se no marcador aos 23 minutos da partida, na sequência de uma grande penalidade apontada por Ki Sung-yong, e os Samurai Blue a reporem a igualdade no marcador, a nove minutos do fecho da 1ª parte, numa combinação perfeita entre Nagatomo e o ponta-de-lança Maeda, a antecipar uma 2ª parte mais fria e equilibrada.
Com o fecho dos '90 em igualdade a um golo, veio o prolongamento com o Japão a beneficiar de um penálti duvidoso a seu favor ao minuto 7, (Okazaki obstruído ainda fora da grande área coreana, a precipitar-se dentro da dita...), onde valeu a recarga do recém-entrado em campo Hosogai, face à falha de Honda na reconversão, fixando (aparentemente) o resultado em 2 - 1 para o Japão.
Porém, os Sul-Coreanos recusavam-se a aceitar a derrota, e brevíssimos segundos! antes do apito final da partida, um último livre com perigo para a baliza de Kawashima, tremenda bagunça na área japonesa, e o impossível a acontecer: Hwang faz o 2 - 2!
Uma amiga enviou-me, ontem, esta 'prenda', no seguimento de uma conversa que vínhamos tendo há uns dias.
Tem momentos e umas quantas tiradas interessantes, sem dúvida. Sobretudo a partir dos 7:20, aproximadamente, são ditas, em voz alta, algumas 'inconveniências' dignas da nossa melhor atenção e registo.
Mas tudo o demais são generalizações grosseiras e infantis (aliás, como todas as generalizações...) e propaganda goebbeliesca da pior espécie.
Martin Jacquesnão é mais que um desses muitos marxistas ressabiados fora do seu tempo e do seu habitat natural — não que eu tenha seja o que for de particular contra o homem ou seus correlegionários —, profundamente envergonhado do grotesco desastre em que a sua ideologia de juventude redundou, forçado a prostituir o seu prestígio de think-tanker profissional a quem paga mais, e como boa parte da gente da sua escola, consumido pelo mais febril anti-ocidentalismo primário que faz questão de exibir (ainda que disfarçadamente) com recurso a todos os seus dotes — sim, que é para isso que lhe pagam! e que não sobejem equívocos a esse respeito.
A conclusão desta sua palestrazinha a la Sesame Street, mostra o seu verdadeiro rosto e de quem está por detrás dele.
Tem piada apreciar os discursos desta gente que ganha a vida a dissertar elogiosamente sobre a bala que se dirige a grande velocidade à respectiva testa — ainda que pareça aproximar-se assim, só, em slow motion...
É, ainda assim, susceptível de surgir, com alguma frequência, em textos clássicos revistos, como o "Kojiki" — 古事記 —, o "Nihon Shoki" — 日本書紀 —, ou no mais nosso conhecido "Hagakure" — 葉隠 —, onde encontrei a expressão objecto deste exercício.
Ainda acerca do 1º Kanji, o elemento que aparenta ser o radical [bushū — 部首] superior do mesmo [kanmuri — 冠] que se assemelha a (ou sugere a ideia de) 'duas antenas de televisão', é raro de encontrar noutros Kanji compostos e é particularmente difícil de 'comprimir' por modo a proporcionar o devido equilíbrio com os restantes radicais ou componentes. Daí este meu ensaio padecer, desde logo, pela inaptidão, da minha parte, em inserir o dito elemento superior do 1º Kanji, de modo a, não lhe retirando a 'identidade', ajusta-lo, proporcionando-o no espaço e no contexto da composição em causa, o que, na minha apreciação pessoal, a posteriori, me parece não ter ficado bem, bem o que era pretendido...
Neste outro exemplo/'ensaio', a mesma dificuldade.
Já os radicais central e inferior no mesmo Kanji — Kei, 慧 —, em ambos os casos parecem ter ficado bem... O radical inferior [ashi — 脚], 'kokoro' [心], é sempre de difícil execução, virtude do movimento "semi-elíptico", que descreve no traço mais longo que o compõe.
No que respeita ao 2º Kanji, em ambos os exemplos, a dificuldade, ou melhor, a imprecisão, da minha parte, prende-se com o me'hen [目編] ou moku'bu [目部], isto é, o radical do lado esquerdo (que significa "olho" ou "visão" [目]), e que, em ambos os casos, deveria ter ficado um pouco mais comprimido, devendo destacar-se a componente da direita.
Ao passar por lá ontem a meio da tarde, apercebi-me que era a primeira vez que via o Saikyō-Ji sob o azul do céu.
Todo o bairro de estreitas vielas e casas de um-só piso térreo em redor do Shofuku-Ji[福寺] — do qual o Saikyō-Ji é templo-satélite — jazia envolto num sepulcral silêncio, coisa estranha neste lugar, mesmo num Sábado à tarde, e ainda que este 'nagare' seja dado à mais imperturbável pacatez, que preserva por apanágio.
E não se via vivalma, fosse qual fosse a direcção que o olhar tomasse...
Por ali passava ontem, por mero acaso.
O portão do Saikyō-Ji estava aberto.
Defronte do Saikyō-Ji há uma velha loja de esquina, espécie de mercearia de bairro cujos simpáticos, idosos donos albergam uma enorme família de gordos e amistosos gatos que passam os dias a vaguear entre a pequena loja e a vizinhança.
Ah! Eis, aqui, alguns retratos, 'snapshots' nocturnos dos anafados bichanos, captados em Outubro passado por altura do último Tōmyō, que creio não ter aqui partilhado antes convosco...
Mas, por esta tarde de Sábado, a dita loja fechada estava. E dos felizes felinos nem sombra...
Porém, o portão do Saikyō-Ji estava aberto.
Entrei.
Ninguém em redor.
Na escadaria do Templo, alguns pares de sapatos delicadamente alinhados.
Detenho-me, por um momento, diante do enorme Kane [鐘 — sino] de bronze sob o peso do elaborado Shōrō [鐘楼] de frisos e traves esculpidas.
Há silêncio.
E eis senão quando, do interior do grande Butsu'den [仏殿] ou Hondō [本堂], oiço cânticos solenes.
Antes disso ainda tive a felicidade de os ver live num pequeno clube em Tóquio, em Abril do mesmo ano. Devo dizer que o espectáculo não me impressionou nem pouco-mais-ou-menos por aí além (de uma banda em fim-de-digressão, afogada em jet lag, a despachar temas de um único album, o de estreia, como quem acaba de limpar a casa ao fim do dia e está mortinho por uma boa noite de sono, que mais esperar?...) mas nem assim, por um instante, duvidei estar perante um jovem trio-que-é-quarteto dotado de uma das melhores químicas sonoras das últimas duas décadas...
Agora expliquem-me lá os doutos titulares das cátedras do costume, nestas coisas pouco ou nada academicamente relevantes, onde está o mal desta rapaziada na casa dos vinte e poucos usar e abusar de riffs, linhas de baixo e synth-string arrangements que nos remetem, inevitável e invariavelmente para as mesmas referências de sempre — Joy Division, Wire, Chameleons, Echo & The Bunnymen, Teardrop Explodes, Cure '82 ou mesmo uns Ultravox! (fase John Foxx|"Systems Of Romance") ou uns Duran Duran (1981-'85)... Quem aqui não tenha pecado, que atire a primeira pedra... (e bem sabeis de quem vos falo...)
O Rock é mesmo assim: o mesmo jogo com o mesmo baralho de sempre, as mesmas cartas baralhadas um cento de vezes e tornadas a dar, com que os mesmos truques e míseras batotas prestidigitadas um, dois, outros três centos de vezes, se apresentam e sucedem perante os que nunca se import(ar)am de ser ludibriados — até gostam! —, porque o que interessa é tão-só a emoção do jogo e nunca a sua originalidade. Os mesmos clichés reciclados até à exaustão? Claro que sim! Mas que os reciclem com pinta!
'The rest's the same ol' white lies...'
(Oh! E quem me dera ter outra vez dezoito anos e poder estar numa banda assim...)
"Furtar um beijo como quem tira um coelho da cartola, meter o braço recordando a habilidade dos manipuladores de lustro, quase engraxates, ou admirar o religioso dos grandes monumentos de intensidade, era um tudo que bastava à minha alma."