domingo, 13 de março de 2011

Nada





















Não há nada que vos não haja já sido mostrado e repassado até à exaustão.


Não há nada que eu vos possa oferecer, de novo.


Demasiada informação.


A espiral repetitiva de imagens de desespero, devastação e desolação por toda parte. A toda a hora. Ad nauseam.




Demasiada dor. Demasiada ansiedade. E nada.


Estou cansado. Sem poder fazer nada, estou cansado.


   
Uma overdose de mágoa, impotência, frustração e vazio.



14 comentários:

  1. Sem palavras também...envio de longe um abraço apertado...

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  2. Vazio...
    E medo, muito medo por tudo o que ainda está por penar.
    Força!
    Muita resiliência e Fé.

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  3. Descansa
    O amor unido ao labor trará resultados espantosos no futuro,é o que sinto.
    O Rei dos Reis disse em tempos que "EXISTE UM TEMPO PARA TUDO NA VIDA", e esta é uma máxima na qual creio com todas as forças do meu ser.

    Abraço fraterno de Portugal para ti e os teus cheio de coragem e esperança.

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  4. [que frágeis que somos,

    que possa pelo menos uma abraço suplantar uma palavra que não existe!]

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  5. Luís Afonso,
    A natureza revela bem quanto o homem é impotente perante ela, apesar de a querer vencer.
    O povo japonês tem reagido com muita dignidade.

    Lágrimas pelo Japão de uma poetisa japonesa do século XI:

    96

    O luto acabou
    e já tenho de despir
    as vestes tintas de escuro.
    O que usar a partir de hoje
    será só tinto de lágrimas.

    Isumi Shikibu (974?-1034?) in O Jappão no Feminino I, Tanka, séculos IX a XI, (org. Luísa Freire), Lisboa: Assírio & Alvim, 2007, p. 71

    Compreendo o seu vazio.
    Um abraço para si e a sua família. O meu pensamento está com o povo japonês.

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  6. Meu Caro Luís Afonso,
    Chesterton escreveu: «A Ilíada é grande porque toda e qualquer vida é uma batalha; a Odisseia é grande porque toda e qualquer vida é uma viagem; o livro de Jó (Job) é grande porque toda e qualquer vida é um enigma».
    Concentremo-nos em desvendar este último, sem que o Nada nos consiga tomar.
    Força!

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  7. Luís, espero que esteja bem, dentro dos possíveis e só lhe posso mandar um abraço daqui.

    jorge c. (maus costumes)

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  8. Ainda bem que o meu amigo está de saúde. Quanto aos Japoneses, são um dos melhores povos à face da Terra e superarão este momento difícil.

    Abraço.

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  9. Luís,

    Um grande abraço e poucas palavras.
    Precisas de descansar.
    Luís...utiliza as ''tuas ferramentas''...estão aí dentro de ti.Tu sabes de que falo.

    do coração...

    Blue

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  10. Aqui longe, horrorizamo-nos. Aí, perto, o horror e a sensação de impotência devem ser tão mais intensos...
    Coragem, Luís.
    Espero que já tenha notícias dos familiares da sua mulher.

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  11. Ontem era Nada, mas hoje, com o que temos visto, parece já ser Tudo. O que irá suceder?

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  12. Fala-se muito e parece que se está a deixar o Japão sozinho...com uma central núclear a ser arrefecida com baldes de água, não seria já tempo da comunidade internacional se mobilizar como deve ser para o caso de ser preciso evacuar e acolher os japoneses sobretudo as crianças e jovens? Está pensado um plano de emergência no caso da central explodir, por parte do mundo? Sim, que isto não é um problema interno do Japão, é um problema interno do mundo e da consciência do mundo.
    Para quando ajuda em força, dos Estados Unidos, sempre tão apressados quando se trata de correr para os locais com muita areia?

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  13. Muita informação mesmo.
    Muita destruição.
    E um povo que se move calmamente (seja quem ajuda, seja quem espera) nesse cenário dantesco.
    Com todos os "descontos", acho que se move lento demais.
    E por simpatia, a comunidade internacional vai pelo mesmo caminho.
    Estarão Americanos, Chineses e UE apenas a pensar que é menos um concorrente?

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