quarta-feira, 3 de março de 2010

E5 a votos [pouca-terra, pouca-terra, pouca-terra...]

E5 - FASTECH 360 Shinkansen (新幹線)



No Japão é assim: o que há a ser feito, faz-se.
Não se perde tempo em demasia com debates estéreis, prós & contras pré-formatados, debates de sofá e mesa de café, fúrias anti-despesitas de quem e para quem tudo o que é caro é mau...
No Japão é assim: quando algo faz falta, o país NÃO pode esperar — muito menos se a previsão fôr de esperar mais 10, 15 ou 20 anos...
Neste caso a vox populi, quanto muito, é chamada a pronunciar-se apenas no que se refere... ao nome da coisa...

E que a coisa é digna de se ver e fonte de genuíno orgulho para quem vê o seu país ter disto, lá isso é...


E já há mais a caminho...
É ver para crer.



Pois é...
É assim. Quem pode, pode.

気をつけて! Ki O Tsukete!

7 comentários:

  1. Não faz muito tempo, assisti a um programa de um canal privado em que era exibido um projeto de construção de uma gigantesca pirâmide na bacia de Tokio como solução para o excedente populacional. Era uma enorme estrutura de aço, se não me engano, forte, que agrigará desde prédios até sistemas de transporte que farão a comunicação a todos os pontos da pirâmide. O projeto ainda está em estudo e análise, uma vez que ainda há muito a ser decidido principalmente sobre a segurança e os meios de construção e manutenção.

    Gosto do estilo de vida japonês: problemas devem ser imediatamente resolvidos, sejam eles quais forem. No site de Içami Tiba, li que o japonês não tem costume de reclamar, ele simplesmente faz o que tem que ser feito. Isso é admirável nesta cultura.

    Há quem diga que muitos valores culturais estão sendo perdidos, que os jovens não são interessados em preservá-los, pois estão demasiado presos ao conforto e à tecnologia, etc e tal. Concordo que toda a humanidade passa por uma crise de valores, talvez uma transição, mas não creio que seja algo tão apocalíptico. Ao menos no Japão!

    Beijos!

    ResponderEliminar
  2. Ora nem mais.
    Cá a linha TGV Lisboa Madrid devia ter sido construída há 20 anos. Andamos este tempo todo num Talgo de lá para cá, 10 horas de viagem, desconfortável e obsoleto, quando há anos que as principais cidade de Espanha estão ligadas por serviços rápidos e cómodos. Mas tudo é tão lentos como o Talgo e os trenzinhos portugueses. Sobretudo a vontade dos bur(r)ocratas.
    Viva o Japão (que não conheço mas vontade não falta)
    Um abraço

    ResponderEliminar
  3. Querer é poder.
    É por isso que muitos países continuam a evoluir e outros a ficar cada vez mais para trás... como um que todos nós conhecemos!
    Alex

    ResponderEliminar
  4. Olá GiGi.

    De facto, não há como a capacidade de empreendimento do Japão.
    Aqui, tudo aparece feito, depressa e bem.
    Às vezes até demais. Até há bem pouco tempo havia um patente excesso de obras públicas neste país.
    Claro que tudo o que é demais também acaba por ser mau: ao chegar ao poder, o actual governo do DPJ cancelou 99 projectos de barragens já em fase de implementação — uma boa parte deles realmente de justificação muito duvidosa, ao que consta — projectos esses anteriormente adjudicados pelos governos anteriores do LDP.
    Mas sobretudo no que respeita à indústria das comunicações e transportes o Japão é certamente o país mais avançado do Mundo, e sem dúvida dá gosto ver.
    Quanto aos projectos de "terra reclamada" e de construção de ilhas artificiais, alguns têm sido muito bem sucedidos, outros nem por isso (conto, em breve, falar de um aqui em Hakata, muito interessante). Mas não haja dúvida que este país é imparável. Um caso para estudar e aprender.

    Muito obrigado por sua visita,
    Beijinho do Japão.

    ***

    Meu Caro Nuno:

    Uma vez mais, muitíssimo obrigado pela sua apreciação.
    Sem dúvida que o Shinkansen (o tal "TGV" de cá) é obra de se lhe tirar o chapéu. Eu que o diga.
    Mas, da minha experiência pessoal, também lhe tenho a dizer o seguinte:
    o Shinkansen — tal como o TGV — no que concerne ao transporte de passageiros, acaba por se revelar prático somente em viagens de curto/médio alcance, nunca em viagens de longo curso.
    Dou-lhe um exemplo muito prático daqui:
    Eu estou em Hakata, que é um dos extremos da "Tokaido", a linha Tokyo-Hakata, a mais importante do país, que no seu percurso apanha as cidades mais importantes do Japão — Yokohama, Nagoya, Kyoto, Osaka, Hiroshima —, de um extremo ao outro são cerca de 800 Km. Se, porventura, daqui, eu pretender ir a Osaka, Kyoto, ou Kobe (ou até Hiroshima, um percurso bem mais curto) — todas elas, mais ou menos a meio do percurso — naturalmente o Shinkansen revela-se prático, cómodo e tendencialmente económico, e será, em princípio, a opção mais elegível.
    Contudo, se eu pretender ir a Tokyo, esqueça o Shinkansen: o percurso é demasiado longo, o avião revela-se muito mais prático, cómodo e económico, nem há que comparar.
    Por isso quando se fala da linha de TGV entre Lisboa e Madrid, tenho, a seu repeito, as minhas dúvidas sobre a sua funcionalidade:
    creio que, a ser implementada, a princípio vai ter o seu "boom", será um fartote para gente "sofisticada" e pedante dispender os seus cobres indo pavonear-se entre as duas capitais, mas assim que lhe tomem o gosto, e as tarifas dos vôos entre os dois destinos baixem, então acabar-se-á a festa, porque, sem dúdiva alguma, o avião leva as pessoas de um destino ao outro muito mais depressa e tencencialmente por um preço muito mais em conta.
    Já no que se refere às ligações Lisboa-Porto ou Região Norte-Galiza (A Coruña) acredito que que o esforço de implementação desta tecnologia poderá ter a sua viabilidade e razão de ser, e servir interesses tans-nacionais e regionais bem mais relevantes. Mas para se usufruir plenamente das vantagens da velocidade, não poderão haver paragens a meio-caminho em excesso (os Regionalistas mais ferrenhos que me perdoem, mas é mesmo assim). Digo-lo da experiência que tenho daqui do Japão.

    Um Grande e Caloroso Abraço,
    Apareça cá mais vezes.

    ***

    Caro Alex:

    Eu também gosto de pensar assim.
    Mas é necessário, sobretudo, procurara seguir os bons exemplos — o Japão dá muitos, não haja dúvidas.
    Infelizmente em Portugal, os modelos de desenvolvimento de quando em vez trazidos à baila, em nada correspondem ou se aproximam da nossa realidade.
    E antes de mais, há que operar uma mudança drástica na nossa mentalidade colectiva. Senão não vamos mesmo a lado nenhum, com ou sem altas tecnologias.

    Um Abraço,
    Volte Sempre

    NBJ, Hakata, Japão

    ResponderEliminar
  5. Vi mais uma etapa do seu artigo sobre o cinema japonês. Ainda não vi tudo mas deliciei-me com as cenas do trailer "A Harpa da Birmânia". Agradou-me o ambiente, da história nada pesquei, a não ser as imagens da guerra. A harpa e o monge Zen foram mesmo o que mais me deliciaram, por causa do silêncio,da paisagem, da harmonia e simplicidade.
    O budismo Zen atrai-me mas não consigo atingi-lo sou ocidental.
    O que é que quer dizer: "Ki O Tsukete!"?, não leve a mal a curiosidade.
    Quanto ao empreendedorismo japonês não me surpreende, eles, segundo me consta, são muito regrados, disciplinados e lutadores. Analise-se o "renascimento do pós-guerra".
    Não comparo sequer com a latinidade.
    Agora vou fazer-lhe um pedido deste lado do mundo, será que pode partilhar uma fotografia do local onde vive e adoptou?
    Ana :)

    ResponderEliminar
  6. Olá Ana.

    Uma vez mais obrigado pelo interesse e atenção concedidas a este espaço.
    A expressão "Ki O Tsukete" [気をつけて], em Japonês, é uma fórmula coloquial, simpática, usada quando as pessoas se despedem umas das outras, usada sobretudo por lojistas e comerciantes ao se despedirem dos fregueses, e que (não traduzido à letra) corresponde a um certo "Vá com Deus" ou "Ide por bom caminho" ou melhor a um "Take Care" em Inglês.

    A cidade que me acolhe chama-se Fukuoka, e é também frequentemente referida pelo nome coloquial de Hakata.
    É a maior cidade de Kyushu e fica mesmo defronte da Península Coreana — nada como ir ver a um bom mapa do Japão para uma boa observação da sua localização geográfica.
    Neste blogue encontrará vários artigos onde surgem imagens da mesma — ora fotos de lugares de interesse, ora imagens casualmente colhidas aqui e ali.
    Sugiro-lhe que dê uma vista-de-olhos aos artigos - neste blogue - de 10.08.2009, 31.12.2009, 03.01.2010 ou de 13.01.2010, para apreciar alguns "postais-ilustrados" daqui.

    Ki O Tsukete!

    NBJ

    ResponderEliminar
  7. Olá Nan Ban Jin,
    Obrigada. Irei espreitar.
    Ki O Tsukete!

    ResponderEliminar