terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Japão 2010: enfim, o declínio de uma civilização oriental (?)




2010: o ano da grande fadiga
1º Ministro Naoto Kan [菅直人], há seis meses à frente dos destinos de Yamato —


















    
     Retrato de um país que há muito não dorme, pelo MAINICHI SHIN'BUN [毎日新聞]
     A ler.

8 comentários:

  1. Apesar dos pesares, o Japão aguenta sempre o embate das crises, pois tem uma forma de ser e de estar muito diferente do Ocidente e do resto do mundo.
    Por exemplo, em termos de gestão de empresas e de recursos humanos tinha muito a ensinar aos nossos empresários, cuja visão saloia é que tem de facto estagnado a nossa economia...

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  2. O Japão tem um potencial enorme, mas precisa de mudar a forma de trabalhar. E é possível, mesmo mantendo as tradicionais filosofias nipónicas.
    O Japão precisa de perceber que no mundo de hoje compete-se. Viver centrado em si já não resulta.

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  3. Meu Velho Maldonado,
    Há muito a aprender aqui sim, mas não apenas a ser ensinado à classe empresarial, mas também a quem vive da sua força de trabalho: os níveis de exigência, empenho, qualificação e responsabilidade na generalidade das actividades económicas aqui, está a décadas de distância daquilo que observamos em Portugal e noutros países Europeus. Em muitas situações até atinge proporções excessivas (excessos de exigência e excesso de zelo aqui, são fenómenos absurdamente comuns, muitas vezes com resultados negativos, como calcularás). Em todo o caso, ao nível da produtividade e eficácia, talvez daqui por 150 a 200 anos lá possamos chegar... Acredita, que é mesmo assim como eu te digo.

    Votos de um Magnífico 2011
    Com Aquele Abraço,

    NBJ

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  4. Grande Angelo, bons olhos te vejam por estas paragens!

    Deixa-me que discorde do que aqui escreves: é que se há país competitivo no Mundo — e que até, não raras vezes, atinge níveis manifestamente excessivos (com resultados bem negativos, é certo) no que concerne à competição — esse país é o Japão!
    Para ti que cá viveste e trabalhaste não será difícil recordar até que ponto as pessoas em nosso redor e em inúmeras áreas de produção e serviços levam a exigência a níveis absurdos de dedicação, empenho e perfeccionismo.
    O problema real de hoje, Angelo, não é a falta de aptidões competitivas por parte deste ou de outros países (ainda...) ditos industrializados, mormente no nosso ocidental hemisfério.
    O problema real de hoje é que é impossível para sociedades que, a pulso e à força de décadas de determinação nesse sentido, estabeleceram regimes de estado social exemplares (que custam muito, mesmo, mesmo muito a sustentar) medir forças com outras sociedades onde impera o mais debochado e indisfarçado esclavagismo e o mais completo desprezo pela dignidade humana.
    E não será difícil perceberes a quem me refiro... praticamente tudo quanto, de uso quotidiano, hoje compramos (ou melhor, somos forçados a comprar, porque não temos alternativa!...) daí procede... é ou não é verdade??
    Sejamos lúcidos: a globalização, tal como a quiseram fazer, falhou! Falhou sem apelo nem agravo, é o maior fracasso da história recente da humanidade. Já é mais que óbvio.
    E alguma coisa vai ter que mudar, mudar rápida e radicalmente, antes que seja tarde demais.

    Forte Abraço,
    EXCELENTE 2011, são os meus votos do coração para ti e todos os teus.

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  5. NanBanJin

    Só 2 reparos, porque são impreciões muito repetidas, sobretudo pelos media:
    - o PIB chinês só ultrapassou o japonês se medido em paridade do poder de compra; em valores reais ou transaccionáveis, a China ainda vai ter que esperar uns anitos; por outro lado o PNB japonês é muitíssimo maior do que o chinês.
    - não confundir deficit orçamental com dívida pública nem com dívida externa; o Japão é o maior credor mundial absoluto, embora nos últimos anos a China empreste mais do que o Japão, mas em termos absolutos ainda é o Japão. A dívida interna não é preocupação para a soberania. Preocupação para a soberania é a externa; é o estado a que levaram Portugal. Mas não tenho pena dos portugueses que continuam a comportar-se com os partidos políticos como se fossem clubes de futebol.

    Desde Tóquio, votos de bom 2011
    Antonio Burnay Bastos

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  6. Perdão pelo comentário tão fora de tema mas tenho apenas de dizer o quanto te invejo por viveres no Japão, o meu destino ideal em qualquer situação possível e imaginável.

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  7. Caríssimo António Bastos:

    Obrigado pelos reparos. Pertinentíssimos. Absolutamente.
    Eu esclareço que sou jurista de formação e não economista e como tal tendo a equivocar-me, esporadicamente, quando se trata de recorrer a determinadas expressões académicas susceptíveis de gerar confusões. Agradeço-lhe sinceramente a atenção e as correcções.

    Em qualquer recurso, sabemos que o volume da dívida pública deste país que nos acolhe é assustadoramente elevado, se comparado com outras situações, mormente com as conjunturas mais melindrosas na U.E., produto, no caso específico do Japão e entre outras causas, de uma prodigalidade quase sem paralelo ao longo das últimas quatro, cinco décadas — sobretudo no que respeita ao volume (absolutamente excessivo — assim nos quer parecer) de obras públicas adjudicadas e realizadas no decurso desse troço da história recente do Japão — eu antes de cá assentar praça nunca tinha visto tanta estrutura, tanto equipamento social, tanta obra, tanta terra reclamada, a gerar tanta suspeição quanto à respectiva razão de ser, viabilidade, custos e propósitos, e o António certamente estará inteirado de variadíssimos casos que ilustram esta minha afirmação (este exemplo [http://ultimonanbanjin.blogspot.com/2009/08/mais-da-al-jazeera-sobre-as-eleicoes-de.html], que aqui trouxe ao blogue em Agosto de 2009, a propósito das eleições que deram o poder ao Minshuto, será certamente paradigmático daquilo a que me refiro e longe de ser caso isolado espelha com absoluta clarividência aquilo que foi fruto de inúmeras opções políticas mal ponderadas, fruto de uma mentalidade herdada dos anos do "estado de graça" económico que, se entretanto não se dissipou, perdeu o fulgor de outros tempos).
    No que refere quanto à questão da soberania e ao que da Pátria vai e vem, estamos inteiramente de acordo!

    Um Grande Abraço de Kyushu!
    Votos de ANO NOVO MUITO FELIZ.

    NBJ

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  8. Caro N.Blue,

    Antes de mais, é sempre uma alegria imensa ter por aqui uma visita nova. ☺ Agradeço-te o interesse em passar por aqui e em partilhar o teu sentimento comigo.

    Quanto aquilo que te vai na alma ao apreciares a posição em que me encontro e que descreves como 'inveja', eu só posso a esse respeito sorrir e dizer-te que compreendo o que me dizes e que em nada me magoa ser 'invejado' pelo motivo subjacente a esse sentimento.

    Em todo o caso, àqueles que sonham um dia poder viver aqui, eu só tenho a deixar uma honesta advertência: cuidado! não vos deslumbreis...
    Apreciar o Japão idílico de uma certa literatura e imaginário é uma coisa. Viver aqui e ter que, aqui, levar a vida por bom caminho, com sustento e esforço, pode ser uma escolha bem penosa e frustrante.

    Obrigadíssimo, uma vez mais, pela visita.
    Votos de um EXCELENTE 2011!

    NBJ

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