...e ao serão, estando nós em casa ociosamente vasculhando os canais da tv, e eis senão quando damos de frente com este ☝ videoclip, e eu páro por um instante a olhar... e a seguir não vou de modas e saio-me com esta p'ra Etsu:
"...mas, a sério, diz-me lá a verdade... quando o romance acaba e elas vão para casa e se fecham no quarto e toca de acender uma fileira de velinhas a toda a volta e apagam as luzes do tecto e a seguir se vão sentar no chão do quarto, muito tristes, abraçadas às pernas de cabeça de encontro aos joelhos flectidos, a choramingar, é ou não é esta a balada que faz de banda-sonora??..."
Resposta (muito sêca) da Etsu: "Tal e qual..."
(Wilde bem sabia o que dizia quando disse que a Vida imita a Arte...)
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É verdade: já a dobrar a casa dos 40 e com duas décadas de currículo como entertainer em várias frentes (música, rádio, cinema, tv), Fukuyama Masaharu (福山雅治 - n. 06.02.1969) permanece irredutível no seu trono de princípe encantado transgeracional, a fazer suspirar as joshi e josei deste Japão e além-ilhas.
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Ele é raro o dia em que este ídolo de estádios e arenas do J-rock de uma forma ou de outra não nos entre pela vida adentro, na forma de um qualquer spot publicitário, cantiga de embalar corações já ali ao virar da esquina, riff de guitarra rockeira de um qualquer catchy hit rodado até à exaustão na rádio, entrevista num talk-show, cartaz de rua, capa de revista...
...E a sua última empreitada no pequeno-ecrã é, nada mais nada menos, que a interpretação do protagonista na recém-estreada série dedicada à figura de Sakamoto Ryoma (坂本龍馬), samurai de referência, herói nacional do Japão, obreiro dessa improvável aliança que uniu os clãs de Satsuma e Choushuu, pedra angular da Restauração Meiji, e atavismo/arquétipo desse Yamato-damashii que o Japão hodierno teme haver-se dissipado algures no vazar da maré da sua História recente.
Sakamoto Ryoma já foi, aliás, tema de múltiplas obras destacadas, entre pelo menos sete séries televisivas, cinco obras cinematográficas e inúmeros romances, novelas e manga.
É certo que Fukuyama é, sem dúvida alguma, dotado de uma fotogenia natural, invejável para qualquer aspirante ao estrelato, em todo o caso era a última nippo-vedeta que eu esperaria ver neste papel...
Sakamoto Ryoma - 坂本龍馬 -, original e réplica: qualquer semelhança entre ambos é (decididamente) pura coincidência...
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Deixo-vos com um pequeno clip promocional da ante-estréia, e dizei-me de vossa justiça...
[3ª vez que edito este anexo via YouTube — eles são casmurros mas eu só mais... — desta feita, é um excerto de uma reportagem de um canal de televisão Chinês.]
Yoi shuumatsu wo! - 良い週末を! Bom fim-de-semana!
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Linda a voz dele.
ResponderEliminarNunca tinha ouvido falar de Sakamoto Ryoma, vou procurar saber um pouco mais.
Gostei do topo do blog, está bem bonito!
Um abraço
Nãaaaaa... prefiro, de longe, o Toshirō Mifune :-)
ResponderEliminarAbraço
Caríssima GiGi:
ResponderEliminarAinda bem que gostou.
É natural que não conheça a personagem de Sakamoto Ryoma: fora do Japão, poucos o conhecem.
Obrigadíssimo pela visita. É sempre um gosto vê-la por cá.
Beijinho do Japão.
NBJ
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Caríssimo Contador:
Pois... Também eu. Bem o compreendo...
Mas sabe? O Mifune não é tão conceituado aqui quanto julgaríamos.
Na verdade, e vendo cinema Japonês "clássico" - Ozu, Mizoguchi, Kon Ichikawa, mesmo nos filmes do próprio Kurosawa (que eu adoro, sem sombra de dúvida!) - encontramos actores de créditos bem superiores como, por exemplo, o Shintaro Katsu - o 'Zatoichi' "original", que pouquíssima gente conhece em Portugal - ou o próprio Takashi Shimura, que foi o verdadeiro "actor-fetiche" de Kurosawa de 1948 ("Nora Inu -Cão Danado") até ao "Kagemusha" de 1980, e que é aqui, no Japão, muitíssimo mais respeitado.
A princípio, quando cá cheguei, surpreendeu-me um certo desdém que algumas pessoas manifestavam pelo Mifune em conversas ocasionais sobre cinema Japonês. Só algum tempo depois comecei a perceber o porquê dessa antipatia de tantos... Mas havemos certamente de voltar a este tema.
Muitíssimo obrigado pela visita. É sempre um prazer tê-lo por cá.
Abraço do Japão,
NBJ
Obrigada pelo acolhimento! :-))
ResponderEliminarTenho procurado saber um pouco mais sobre a história do Japão, pois estou tão pertinho dessa cultura! Meu companheiro é artista marcial (artes chinesa e japonesa), conhece muita coisa que nem eu mesma posso imaginar. Acho-a muito diferente e bastante atraente.
Gosto bastante de assistir a alguns animes, pois muitos deles resgatam certos valores que precisam ser mantidos. Dependendo do olhar que se tem para o anime, é possível aprender muita coisa aplicável na vida em si.
Comparando a foto do Samurai com a do ator, percebo que é muito difícil a interpretação da expressão do Samurai e tem que ser muito, mas muito bom mesmo para conseguir. Não sei explicar, mas me chama a atenção principalmente o olhar deles. É algo que certamente nos desperta sensações.
Uma vez mais, muito obrigado pela sua visita GiGi.
ResponderEliminarDe facto, e ainda que sem duvidar das qualidades como intérprete de Fukuyama Masaharu (que vou conhecendo melhor como estrela musical local que como actor), quer-me parecer que o motivo da escolha deste artista para fazer o papel do protagonista nesta série, se deve mais à sua enorme popularidade junto do público japonês que propriamente por poder ser o actor "perfeito" para este papel.
Na verdade, o Japão possui actores de créditos bem superiores e melhor qualificados em todos os aspectos para este papel - Hiroyuki Sanada, por exemplo...- mas provavelmente, entre as opções possíveis para este desempenho, houve recusas - há actores que, por motivos vários, preferem não participar neste género de projectos.
Mas percebo perfeitamente o seu ponto de vista.
Sem dúvida, o cinema clássico Japonês contava com os préstimos de actores hoje lendários como o Shintaro Katsu, que tinham caracteristicas nas suas interpretações hoje difíceis de encontrar.
Beijinho do Japão. Bom fim-de-semana.
NBJ
1. Já vou tarde no comentário, por isso não consegui ver o clip promocional... :(
ResponderEliminar2. De facto Fukuyama Masaharu é muito bem parecido e tem uma excelente voz.
Acho a beleza japonesa muito sensual e intemporal, pois dá-me a sensação de que resiste muito mais ao tempo do que a ocidental.
Quanto às qualidades artísticas de tal personalidade, nada posso dizer, pois não a conheço.
3. Desde sempre apreciei filmes japoneses sobre samurais.
Admiro a filosofia de vida desses ilustres guerreiros.
PS: Já comprei o Moloch na FNAC, mas ainda não tive tempo de vê-lo. ;)