福間 - Fukuma - 12.10.2009
“Essa jovem senhora, Kayoko —,” disse ela, quebrando então aquele silêncio tenso, amordaçante... “…ela certamente era…maravilhosamente bela...”
O mar frio, imaculado, reflectido no copo que ele segurava, era claro, quieto, e reluzia como se feito cristal translúcido.
“Sim... Era linda!… Mais linda que qualquer outra mulher que eu visse em toda a minha vida…”
O Professor fitou o mar, através das lentes sombreadas dos óculos, e lançou o olhar sonhador ao céu do entardecer. Mas já nada que ele dissesse poderia ferir Tsuneko…
“Estou certa que assim era… linda de morrer. Quase consigo imaginá-la (…).”
“Magnífica como só a luz do sol da madrugada! Uma visão do Além — não faria mal tentar escrever um poema com ela por tema,” disse o Professor. E Tsuneko, radiante, retorquiu:
“Sem dúvida alguma, assim farei.”
MISHIMA, in “Actos de Adoração” (1965)
Lindíssimo e interessante.
ResponderEliminarHaveria tanto a dizer daquele lugar... mas pareceu-me que uma só imagem era de per si suficientemente eloquente.
ResponderEliminarObrigado pela visita.
NBJ
[só para entender os mestres levaria uma vida; gostaria de reclamar mais seis, nem que fosse só para contrariar a natureza felina]
ResponderEliminarum imenso abraço
Leonardo B.
Obrigado, Leonardo.
ResponderEliminarÉ um prazer vê-lo por estas bandas.
Abraço de Kyushu,
NBJ