Sábado, 8 do 8, cerca das 19:30, se bem me lembro.
Um Pôr-Do-Sol digno de poster de agência de viagens tem sempre qualquer coisa de cliché pindérico... Mas neste dia havia, de facto, e a meu ver, algo de genuinamente místico no céu do fim-do-dia...
Achando-se Fukuoka próxima daquela parte do Mundo que poderemos designar como o extremo-ocidente do Japão, a cidade, voltada para os Estreitos de Tsushima e da Coreia, que separam o Japão da plataforma euroasiática, celebra-se a si mesma como lugar do mais belo Pôr-Do-Sol no País do Sol Nascente.
Decorria, nesse final de tarde de Sábado, na praia de Momochi, junto à Fukuoka Dome, um festival de Verão de world music de grande tirada por cá.
Mas foram muitos os que deixaram o bailarico para trás para se aproximarem mais do Mar, do Céu... do Sol na despedida...
Corri já as Sete Partidas do Mundo, mas céu como este, garanto-vos que nunca antes havia visto...
Havia como que uma ameaça velada no horizonte - talvez por, muitas mais léguas a Sul, um tufão estar de passagem (e corriam novas de que se dirigia para cá...), e, no entanto, era, melhor dizendo, como que uma... ameaça terna... Um fugaz presságio de qualquer coisa que a Alma não pode nomear...
Parecia que todos os que, como eu neste dia, haviam tido a feliz ideia de trazer as câmeras consigo, nesse fugídio adeus do Sol, por um instante quiseram ter o olhar de um Turner!
Não era o Sol a afogar-se no Mar - era antes a Terra a ser levada na voragem do Céu... O Sol a seduzir a Terra mais além, espécie de canto da sereia em silêncio...
O Sol avança sobre a Eurásia. Quem irá saudá-lo pela manhã?
E ao cair do pano...
...o arco-íris a acenar - também ele - um furtivo cumprimento!...
Quem dera um instante de deslumbre como este, pudesse tomar a Eternidade!...
Só me resta partilhá-lho convosco na forma destas parcas imagens...
...O Sol que agora é vosso...
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ResponderEliminarÈ excelente ver as imagens acompanhadas desta descrição tão sentida. È muito bom ler pessoas que ainda conseguem parar por instantes para ver algo que aconteça a sua volta e não sejam completamente absorvidas pelo próprio ego. È óptimo perceber que algumas pessoas ainda param para poder sentir aquilo que lhes vai dentro. Viva a sensibilidade de um por de sol.
ResponderEliminarObrigado pelas excelentes imagens. Tento imaginar como deve ter sido ao vivo.
Abraço João
As fotos e o texto são excelentes. Fiquei sensibilizado com a tua descrição. :)
ResponderEliminarbonito bonito bonito. muito simplesmente.
ResponderEliminarmil beijos para ti