terça-feira, 3 de maio de 2011

八千代座 (visitado — visão pessoal e transmissível)






         Apressadamente e porque o tempo urge e não espera, a noite vai alta e parto noutra jornada esta madrugada, não irei por hoje alongar-me em descrições elaboradas, mas tão-só presentear-vos com a colecção do dia. Em todo o caso, aquilo que mais importa reter de didáctico acerca do lugar hoje visitado já aqui vos propus como leitura breve.

        Apenas algumas notas pessoais de possível interesse.
       Chegados que somos a Yamaga-Shi (山鹿市), e aproximando-nos do belo Yachiyo'Za (八千代座), talvez o aspecto que mais salte à vista se prenda com o facto de que o edifício do mesmo se apresenta, de fora, como uma peça arquitectónica de contornos bem mais austeros que aqueles que o seu interior, repetidamente retratado por inúmeros fotógrafos profissionais e amadores de todo o mundo, ao estreante nesta visita, auspiciaria. Não obstante, aproximando-nos do grande teatro tradicional do final da Era Meiji / início da Era Taishō, a visão em redor como que nos transporta para o tempo da sua construção não fossem os sinais  — menores, contudo sempre presentes — da modernidade hodierna...





...E claro está: ele há hábitos que, e ainda que não soubéssemos de antemão de que país falávamos ao determo-nos a contemplar estes souvenirs de um dia quente de Maio, logo cuidam de denunciar a pátria deste património...










      Já no interior do grande pavilhão das Oito Mil Gerações, é aquele tecto pintado a outras mil cores que ameaça fazer-nos reféns do recinto por muitas e demoradas horas... 




















Porém, e ainda do exterior, uns quantos outros detalhes a reter...

































E de regresso casa adentro...











...de vez, um retrocesso no Tempo...






































       A larga maioria dos temas pintados no requintado tecto do pavilhão e em seu redor, são, afinal de contas, antigos e elaborados anúncios publicitários às muitas e afamadas casas comerciais que ao tempo da sua construção prosperavam por estas terras e cujos patrocínio, não apenas financiou o erguer do próprio Yachiyo'Za como, de igual modo, por várias gerações, cuidou de zelar pela sua preservação e invejada fama como paladino das mais belas  encenações do Kabuki e demais ancestrais artes de palco de Yamato.


















































































































As horas que pela manhã de ontem aqui passei foram sem dúvida memoráveis 
— 421 retratos —
naturalmente, por razões de espaço e tempo só uma breve amostra pode aqui hoje figurar...



Foi contudo uma escolha difícil, esta...






















































    Um pequeno extra, que veio a calhar como cereja no topo do bolo, e em jeito de despedida por hoje, foi essa inesperada presença de um par de noivos em esmerados trajes ao mais puro gosto Washiki (和式 — expressão que designa o mais refinado e genuíno estilo legado de um certo Japão antigo, e nunca esquecido...). Estavam lá fazendo-se fotografar elegantemente por uma equipa contratada para o efeito e era — oh se era —   digno, lindo de mirar, e eu confesso-vos: não resisti... e...

click... click... click...






















































Conto regressar à vossa companhia em breve.

Agora é tempo de rumar a Kyoto.



✾✾✾




4 comentários:

  1. NBJ,

    Muito obrigado pelo que mostras e escreves neste teu post.

    Continua com essa máquina a funcionar...;)

    Uma boa viagem...e um bom regresso.

    Um abraço

    Blue

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  2. Nan Ban Jin,
    Gostei de tudo principalmente das salas de teatro e da simplicidade minimalista.
    Boa viagem até Kyoto, cidade que almejo conhecer um dia.
    Também espero vivenciar uma peça de teatro sentada na almofada japonesa, é preciso é ter sonhos e desejos.
    Abraço! :)

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  3. Boa noite NBJ,
    Venho seguindo o presente blog faz quase dois anos (se a memória não me atraiçoa), e tendo, por repetidas vezes, a intenção de aqui deixar meu testemunho, e ao ler a ultima deixa que o faço. De facto, e em Kyoto que fixei residência desde o inicio de Abril e por ca ficarei durante muito mais tempo. Com diversos temas de interesse, os quais gostaria de partilhar consigo, deixo o meu contacto pessoal para substituir as obvias restrições de uma caixa de comentários. Teria muito gosto em estabelecer essa correspondência. O contacto e tiago.maurcio AT kcl.ac.uk

    Sem demais assunto, fico desde já grato pela atenção.

    ps. Perdoe a falta de acentuação ortográfica mas nem tudo passa pelo crivo do corrector automático.

    Cumprimentos,
    Tiago Maurício

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  4. Caríssimo TAM:

    Antes de mais, muitíssimo obrigado por esta inesperada visita.

    Já de regresso ao meu exílio na outra ponta do Japão — e porque não tive, antes, oportunidade de ler estas suas amabilíssimas palavras — deixei-lhe uma mensagem. Pergunto-me se a mesma terá chegado ao destinatário (?).

    Meus mais amigáveis cumprimentos de Hakata,

    NBJ

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