segunda-feira, 16 de maio de 2011

Quem Passa Por Kumamoto...





Castelo de Kumamoto (Kumamoto'Jō熊本城),
ontem, ao cair da tarde






















   ...quando a intenção, ontem, não era tanto essa de ir , mas antes o pagar de uma promessa, e assim partimos em nova peregrinação.

    
























      Porém, uma vez em Kumamoto (熊本市) não há como evitar ir .
    O lugar é simplesmente maior que nós; mais poderoso, apelativo, carismático e insinuante que tudo o mais que possamos eleger num amplo raio de acção, nesta Kyushu de todas as lendas e narrativas. Um portento...








    E depois de uma breve visita à galeria privada da Família Shimada, outro must para quem por cá passe, e ainda que a tarde avançasse a passos largos e contra os ponteiros do relógio, não haveria como eximir-nos a irmos: o imponente castelo parece dotado de uma força magnética irresistível que a ele atrai tudo e todos.









      E, de facto, pelas cinco da tarde já não era hora de subir a sua altiva torre-mestra de seis andares e apreciar, a par da deslumbrante vista sobre a cidade,  a vasta colecção de armas, artefactos antigos muitos, mapas, planos de batalha e extensa documentação histórica exposta ao público e que o seu interior orgulhosamente alberga. Porém, houve ainda tempo de uma breve visita ao esplendoroso Honmaru Goten (本丸御殿 — Palácio de Honmaru),  antiga residência dos Senhores de Higo, primeiro com Katō Kiyomasa (加藤清政) — fervoroso adepto do Budismo Nichiren e um dos mais ferozes inimigos dos NanBan e da Cristandade em terras de Kyushu —, e após 1632 do Clã de Hosokawa (細川氏 — Hosokawa-shi), ramo do Clã de Minamoto (源氏 — Minamoto-Shi), casa aristocrática emanada da descendência do Imperador Seiwa (清和天皇 — Seiwa Ten'Ō [850–880]) e dos Shogun de Ashikaga.

























   E devo dizer que, ao entrar aqui, estranhei: é que quando aqui vim pela primeira vez há cinco anos, o Honmaru Goten ainda cá não estava — melhor dizendo, estava em processo de restauro — tendo reaberto ao público em 2008 —, pelo que não me apercebi, na altura, sequer da sua existência, motivo de sobra para ter valido a pena voltar ontem a Kumamoto.

























   E este é, de facto, um lugar para visitar a um ritmo pausado e sem trazer relógio de pulso, para absorver, para 'inalar' e do qual reter detalhes muitos. São mil e uma histórias a contar.

    Parti com muita vontade de cá voltar com mais tempo — felizmente não fica longe. 

    






























Uma visita que nunca cansa.



























































































































































































































































































































































































'Ka'Mon' (家紋 — 'brasões')
dos Clãs de Katō e Hosokawa



⦾⦾⦾



5 comentários:

  1. Olá NBJ,

    Obrigado por esta partilha.

    Um abraço

    Blue

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  2. Imagens fabulosas, Meu Caro Luís Afonso.
    Lembrou-me um estudo de Edward T. Hall em que ele observa que a mobília na decoração tradicional Japonesa é escassa e ocupa o centro, enquanto que os Ocidentais tendem a encher as paredes e os espaços a elas contíguos.
    Mas as salas aqui exibidas são de um minimalismo extremado e esmagador.

    Abraço

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  3. Nan Ban Jin,
    Tenho estado mais virada para Ocidente e tenho descurado este Oriente tão belo!
    Obrigada pelas fotografias belíssimas, pela lua de tamanho gigante e, por último, pela espiritualidade que emana dos edifícios retratados.
    Abraço! :)

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  4. Meu Caro PCP:

    A respeito do tema que menciona, nada como o breve e extraordinário ensaio do grande Tanizaki Jun'ichiro "O Elogio da Sombra" — em Portugal, editado pela Relógio d'Água — a ler três vezes seguidas se for caso e a revisitar — como livro e como périplo — sempre que a ocasião assim proporcione! Outro 'must', que um dia destes tenho que abordar aqui com a devida vénia.
    Obrigadíssimo pela visita Paulo.

    Grande Abraço,


    ❖❖❖


    Querida Ana:

    Folgo em saber que este 'meu' Japão rústico, por regra mais dado a coisas de um passado remoto que teima em conviver paredes-meias com o progressismo militante e dominante neste país, se mantém como foco maior de interesse para os meus mais leais leitores. ☺
    Oh! E esqueci-me de mencionar que este é, via de regra, considerado como um dos três mais belos castelos do Japão — os outros dois são o de Himeiji, prefeitura de Hyogo, próximo de Osaka e Kobe (que aparece em tudo quanto é cine/tele-drama histórico cá da casa [o 'Kagemusha' do Kurosawa é o exemplo que vem logo à mente]) e o de Matsumoto, na ilha de Shikoku: http://www.ktshawaii.com/DestinationArticles/TheThreeFamousCastlesofJapan/tabid/156/Default.aspx

    Obrigado pelo interesse, Ana.

    Beijinho,

    NBJ

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