quinta-feira, 3 de junho de 2010

Em queda livre




Também não foi a incapacidade em trazer, em escassos oito meses de executivo, estímulos que se vissem, a uma economia já há tempo a mais a braços com uma grave recessão que vem de trás da crise financeira de 2008, e uma galopante queda de popularidade de Hatoyama e seu governo, a resvalar para uns modestos 20% de apreciação positiva do gabinete da coligação DPJ / SDP (Sha'Min'To [社民党] Social-Democratas, centro-esquerda) / NPP (Kokumin'Shin'To [国民新党], o Novo Partido do Povo, de centro-direita) segundo as mais recentes sondagens.
A respeito do declínio e queda de Hatoyama, ver este interessante timeline.

Sobre a questão de Futenma ler mais aqui e ver a interessante e elucidativa reportagem da Al-Jazeera já aí, abaixo ↓





E ainda, sobre a demissão de Hatoyama da chefia de Governo, suas causas e consequências:



4 comentários:

  1. Esta notícia também me apanhou de surpresa. Está instalada uma crise política no país...
    A ver vamos como os japoneses descalçam essa bota...

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  2. Viva Maldonado!

    Não será bem assim.
    Para todos os efeitos o governo do DPJ, mesmo sem os Sociais-Democratas — cuja líder, a Srª. Mizuho Fukushima, entretanto bateu com a porta — mantém-se à frente dos destinos do Japão de pedra-e-cal, não haverá lugar a novas eleições para a Dieta tão cedo, e o novo 1º Ministro, saído do gabinete demissionário (em princípio o Ministro Adjunto Naoto Kan) assumirá funções muito em breve.
    A questão da estabilidade política por cá não está, em princípio, em causa.

    Na verdade, foi a questão da base de Futenma o que fez "descarrilar o comboio" neste caso, a par de alguns 'escândalos' relacionados com o financiamento do DPJ, mas claramente de importância menor, face ao que se passou no caso da Base Militar Americana em Okinawa.

    Hatoyama havia sido muito insistente e aparentemente peremptório aquando da campanha eleitoral para as eleições do ano passado, quando prometera resolver de uma vez por todas a questão de Futenma, que se arrasta há décadas.
    Ora, sucede, que desde a tomada de posse deste Governo em Setembro passado, se vinha tornando cada vez mais claro que a questão de encontrar um novo 'terreno' onde recolocar a base dos Marines era uma tarefa por demais complicada para este executivo, tendo sobretudo em conta, por um lado, que Hatoyama, pessoalmente (e como o próprio veio recentemente a público admitir de viva voz) não estava devidamente documentado acerca das dificuldades inerentes a escolha de uma nova localização para a base de Futenma, e por outro, a questão da recente escalada da tensão entre as duas Coreias que tem um pêso considerável na atenção dispensada a esta questão, a par de uma série de compromissos que os anteriores governos do rival LDP haviam já assumido, ao longo das últimas décadas, perante os E.U.A., e em especial no que concerne a esta estrategicamente importantíssima base.
    Um último esforço para transferir a base dos Marines para outra 'freguesia, foi lançado pelo governo de Hatoyama há alguns meses atrás, ao propôr a transferência da base para a Ilha de Tokunoshima, pertencente à Prefeitura de Kagoshima, a prefeitura mais a Sul de Kyushu — cuja jurisdição abarca várias outras pequenas ilhas próxima da "Ilha-Mãe" de Kyushu, tais como Tanegashima e Yakushima.
    Tokushima é de facto uma ilha muito pequena e relativamente isolada, mas apesar disso, os protestos por parte da população local e de várias outros quadros da sociedade civil e forças políticas lograram fazer-se ouvir mais alto.
    O copo d'água acabou por transbordar a semana pasada, quando o governo admitiu em comunicado ao país, que a questão não era passível de ser resolvida como o DPJ prometera aquando da campanha eleitoral, e assim reconhecendo a derrota de Hatoyama e do seu governo nesta sensível questão.
    As consequências eram mais que expectáveis...

    Em todo o caso, e voltando à questão da tensão crescente entre as duas Coreias, tal situação tem vindo a recordar ao Povo Japonês e ao Mundo a falta que o "Capitão América " aqui faz. Por muito que custe a muita gente aceitá-la, essa é a crua realidade...
    O que quer que seja que se passe na Península Coreana, apanha por tabela o Japão.
    E como um reputado especialista referia há algum tempo atrás num interessante artigo que creio ter "linkado" aqui: "O Japão tem o 'Escudo', mas falta-lhe a 'Espada'..."
    Essa, tem-na o Tio Sam...

    Um Grande Abraço,

    NBJ

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  3. Muito interessante, como sempre, a tua perspectiva sobre este assunto, Nan Ban Jin.

    Em Portugal não passam notícias quase nenhumas sobre isto, tal como não passam notícias de muitos outros países (tudo o que seja fora da União Europeia, Usa e Países Africanos de Expressão Portuguesa, esquece).

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  4. Deixar 'tar Pulha, que aqui é do mesmo, mas ao contrário:
    tudo o que não seja Ásia (até à India, que para lá do sub-continente Indiano [para esta gente] não é Ásia, é 'Médio-Oriente'... Ásia não! Ásia vai daqui até à Índia...)/Pacífico, algum U.S.A. e restantes Américas de alguma relevância para a opinião pública de cá (Brasil, Peru...), não passa...
    Só se fôr muito, muito grave — Grécia, Portugal... (acedita, que destes dois, eles ultimamente têm falado mais do que é hábito, bem mais... ai!, pois é...)

    Meu Grande Abraço,
    Obrigadíssimo pela visita.

    NBJ

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