segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Capítulo 0

E pronto! Está feito.
De uma vez por todas declaro-me rendido às evidências: ter um blogue (pelo menos nas circunstâncias peculiares em que me encontro,  e adiante já me explico melhor) começa a ser uma daquelas "necessidades inventadas", como o telemóvel ou o micro-ondas ou o IPod, que acabam por se transformar - com o tempo, e por força das circunstâncias - numa necessidade de facto.
E há que dizer isto, porque os meus prezados leitores, como logo poderão depreender, ao darem--se à maçada de apreciar este "Capítulo 0" do meu novíssimo blogue, estão precisamente a participar na inauguração da obra de um blogger que não gosta particularmente de "blogues", ou sequer do ciberespaço, ou sequer de escrever umas pobres linhas. Em 5 palvras: Sou preguiçoso para estas coisas. Ponto final.
E estranhar-me-á porventura, o meu querido leitor, se eu lhe revelar neste preciso instante, que me encontro a residir - é verdade! a residir - no Japão - celebrada pátria da mais extravangante criatividade tecnologica e da mais delirante sobre-modernidade, país que alberga as mégalópoles de Tokyo e Osaka  (desculpai-me a versão anglófona destes nomes, mas a verdade é que o hábito já está demasiado assimilado para deixar agora de escrever os nomes assim -, fontes directas , dizia eu, de inspiração do clássico de Ridley Scott "Blade Runner" ou quasi-cenário das odisseias pós-apocalíticas-versão-desenho-animado de "Akira" e "Ghost In The Shell" - quem nunca ouviu falar destas coisas?
Momento para um especial esclarecimento: acabei à instantes de mencionar os nomes de duas das maiores e mais conhecidas cidades do País do Sol Nascente, mas a verdade é que me encontro bem longe de ambas: os meus queridos leitores terão melhores chances de me ver algures no Tenjin, centro da mais pacata, ou melhor, "moderada" cidade de Fukuoka, também por vezes tratada pelo nome mais coloquial de Hakata, Kyushu-Norte, a uns bons 500 Kilómetros a sudoeste de Osaka, ou seja, bem mais próximo dos lugares onde aportavam outrora os tais Nan Ban Jin, remotos "bárbaros do sul" que pela segunda metade do Século XIV trataram de dar à costa, vindos de um certo Portugal, e intrometer-se nos modos e costumes das gentes "dos Japões". Mas esse é assunto ao qual espero tornar noutra altura, em momento mais oportuna e com outra pertinência.
Não sei ainda se vim para ficar - não me refiro tanto ao Japão, mas antes à bloggoesfera (é assim que se escreve? ou leva só um ?), mas, enfim, deu-me para isto e afinal para que servem os "blogues" se não para quando nos dá para isto?
Conto, sempre, dar-vos BOAS NOTÍCIAS.

4 comentários:

  1. Hi there, JOão! :)

    Revi-me imenso nas tuas palavras. Torna-se quase imperetrível (ou nem tanto) ter um blogue, como bem fazes a analogia com telemovel, ipod (embora eu dispense este último) etc etc...

    Mas, tal como tu, subscrevo igualmente esta parte: "que não gosta particularmente de "blogues", ou sequer do ciberespaço, ou sequer de escrever umas pobres linhas. Em 5 palvras: Sou preguiçoso para estas coisas. Ponto final."

    Nemm mais. :)

    Dizes que contas dar sempre boas notícias. Percebo o sentido optimista num mundo caótico, mas tal como escrevo no meu post (que palavra ranhosa) "onde estão vocês", deverias também usar o blogue para falar de ti, do que mexe contigo, do que te move... e dos teus rainy days...

    Um amigo inciante era tudo o que eu precisava :)

    Abraço de cá, deste teu Portugal

    Daniel

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  2. Nan Ban Jin de Fukuoka ;-)
    Bem-vindo à blogosfera Tuga-Japonesa.
    Há muito para contar neste país.
    Se todos os artigos tiverem a qualidade, e piada, deste teu primeiro, prevejo um grande sucesso.

    Espero que mantenhas o nivel! Para já, vais já para os meus favoritos ;-)
    Abraço e boa sorte!

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  3. Alto aí! Que eu nasci noutro lado, na Estefânia! Eu e as minhas manias de ser diferente...

    Eu gosto muito de Fukuoka e volta e meia vou até lá passear e para ir às compras!

    Essa dos temas musicais estão muta bem escolhidos tem que se lhe diga, não tem!? É que às vezes encontro assim umas pérolas... Como a do Clemente e não há como não as partilhar!

    E deixa lá que o nihhongo há-de ser domesticado. Mas eu, apesar dos mais de três anos nestas terras, nem olho para os kanji!

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  4. Eu não digo que esta gente não é normal?! AH AH!

    E quanto as trocas de palavras! Pior ainda é quando quero falar alemão e me saem coisas em japonês ou francês. Ou quando quero falar francês me sai sueco ou coisa parecida!
    Mas fico contente em saber que não sou só eu a ficar xexé!

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